Piscicultor Wolfart, caminha junto com os netos em um dos açudes praticamente secos na propriedade |
Na quinta-feira (23) juntamente com o veterinário Benício
Erbes, estive na linha Sete de Setembro, interior do município de São Miguel do
Oeste. Nosso destino final era a propriedade do agricultor, Atelmo Wolfart,
considerado um dos maiores piscicultores do município.
Veterinário, Benício Erbes |
Logo que chegamos fomos recebidos pelos filhos, netos e três
ou quatro cães de estimação do agricultor que apareceu em seguida. Nossa
conversa começou em baixo de uma sombra de um pé de laranja, onde já havia
algumas cadeiras.
A casa de Wolfart fica em meio a grandiosos açudes, todos
usados como viveiros para a criação de alevinos. Quando perguntei quantos
reservatórios para criação de peixes havia na propriedade, o agricultor chegou
a ficar em dúvida e mandou um dos netos conferir. Logo que o menino voltou ele
chegou a conclusão de que trabalhava em pelo menos dez açudes e que chegava a
produzir até 70 mil quilos de carde peixe por ano.
Contudo, o foco principal da matéria não era a produção,
considerada alta em São Miguel do Oeste, e sim, os efeitos da estiagem na aquicultura.
Wolfart contou que com a seca, dos dez açudes, atualmente, apenas em dois está
sendo possível criar. Os demais secaram. A produção do piscicultor deve ter uma
baixa de praticamente 50%.
Depois de uma conversa ampla sobre os percalços da estiagem.
Seguimos de carro com o agricultor até os açudes secos para que eu fizesse as
fotos. Subimos até o alto de um morro para termos uma visão mais abrangente dos
açudes. Calor escaldante morro acima, passamos cercas até chegarmos a sombra de
uma árvore. De lá era possível ter uma visão panorâmica das consequências da
estiagem na criação de peixes de Wolfart, que por várias vezes lamentava a
situação.
Nesta imagem é possível ver pelo cindo açudes praticamente secos |
Retornamos a propriedade e depois disso, Benício e eu nos
despedimos de todos e retornamos para o centro de São Miguel do Oeste. Já perdi
a conta do número de matérias que fiz ‘tentando’ retratar os efeitos da seca na
região. Só para se ter uma ideia até o momento de acordo com a secretaria de
Agricultura de Santa Catarina a estiagem que perdura por mais de 80 dias no oeste
e extremo oeste do estado já contabiliza prejuízos de mais de R$ 600 mil no
campo.
A matéria que desenvolvi com ajuda do veterinário e também do
piscicultor está na edição de sábado (25) do Folha do Oeste.