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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A interessante história da Figueira de Itapiranga

Árvore foi plantada no município para simbolizar "a união dos extremos"

Figueira de Itapiranga é “filha” da figueira da Praça XV de Novembro de Fpolis
Que a Praça XV de Novembro em Florianópolis tem uma figueira centenária na área central muita gente sabe, afinal de contas, o local é um dos pontos turísticos da capital do Estado catarinense. Inúmeras pessoas que passam por lá se encantam com a grandiosidade da árvore que, conta-se, ter germinado em 1871. 

Com praticamente um século e meio de existência, não há como saber precisamente quantas outras plantas a figueira centenária pode ter gerado. Mas de uma coisa se tem certeza, a figueira da Praça XV, tem uma ligação direta com a figueira da Praça do Imigrante em Itapiranga. Daria para se dizer que essa ligação seria de “mãe e filha”, já que a figueira centenária foi quem gerou a figueira itapiranguense. 

De acordo com relatos históricos da moradora de Itapiranga, Maria Wiggers, que reside no bairro Jardim Bela Vista, foi o pai dela, Ludgero Wiggers, que na época era prefeito do município, quem plantou a árvore. Segundo Maria, a história da figueira inicia em 1967. Ela relembra que naquele ano seu pai fez uma viagem oficial a Florianópolis. No retorno, ele trouxe cinco sementes da figueira localizada na Praça XV de Novembro, que foram plantados na linha Laranjeira Alta, na propriedade onde a família Wiggers residia naquela época.

As sementes foram inseridas em um tronco podre de uma árvore. Dos cinco grãos plantados, três vingaram. Maria conta que com muito carinho e atenção ela e seu pai cuidavam das plantinhas. No entanto, num certo dia, o imprevisto aconteceu: uma vaca enraivecida começou a chifrar o toco podre onde as figueiras estavam se desenvolvendo. 

As chifradas do bovino atingiram duramente as pequenas plantas e uma delas acabou não resistindo. Então sobraram duas plantas para cuidar. Como prevenção, o local onde as duas figueiras permaneceram foi cuidadosamente cercado.

Em 1974, Ludgero Wiggers faleceu e não pode mais acompanhar o desenvolvimento das sementes trazidas de Florianópolis. No ano de 1976, no primeiro mandato do prefeito Ottmar Schneiders, surgiu a ideia de trazer uma das árvores de Linha Laranjeira, para o centro da cidade. 

A operação para o transplante foi realizada no dia da árvore, por iniciativa do Lions Clube e também em comemoração ao cinquentenário de fundação de Porto Novo, que hoje compreende os municípios de Itapiranga, São João do Oeste e Tunápolis. Um trator de esteira foi utilizado para a remoção da figueira da propriedade da família Wiggers até a cidade. Na ocasião, Schneiders fez um discurso sobre o fato, em cima das raízes da árvore que já estava com quase 10 anos. 

Sobre as raízes da figueira, Schneiders realizaou um discurso
A ideia inicial era fazer o transplante na Praça das Bandeiras, em frente à prefeitura, mas acabou se optando pela Praça do Imigrante, hoje ao lado da Estação Rodoviária. A outra figueira que se desenvolveu em Itapiranga, permaneceu em Linha Laranjeira Alta. E hoje é vista em frente a uma residência à beira da ITG 070. Ela não se cresceu tanto quanto sua irmã da cidade, em razão das avarias que sofreu no ataque do bovino.

Maria conta com satisfação que, quando seu pai colocou os grãos da figueira de Florianópolis no bolso da camisa, e os trouxe para o extremo oeste, ele tinha uma intenção nobre: ter em Itapiranga algo que simbolizasse a união dos extremos. Com o plantio de uma “filha” da figueira da capital, na região do Estado mais distante da capital, ele queria simbolicamente encurtar as distâncias entre Florianópolis e o interior catarinense; “fazer da figueira de Itapiranga um laço entre os pontos mais distantes de Santa Catarina”. 

Com praticamente 100 anos a mais que a descendente de Itapiranga, a figueira da Praça XV, nasceu dentro de um pequeno jardim circular, em frente à Igreja Matriz da capital. Em 1891, também foi transplantada para o local onde se encontra até hoje. A árvore sobre a qual se referem os versos ilhéus possui diversas superstições e simpatias a seu respeito. Seus grandes galhos se estendem por boa parte da Praça XV de Novembro, e hoje são sustentados por hastes de metal, que preservam a estrutura da velha árvore.

2 comentários:

  1. Além de fotografar muitíssimo bem, você escreve super bem também. PArabéns pelo talento.
    ;D

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